Leonarda Cianciulli, conhecida como a "Fabricante de Sabão de Correggio", é uma figura infame na história criminal da Itália. Entre 1939 e 1940, seus atos macabros chocaram o país ao transformar os corpos de suas vítimas em sabão e biscoitos de chá. Este artigo explora a vida, os crimes e o legado de Leonarda Cianciulli, a serial killer que transformava vítimas em sabão.
O Início da Vida de Leonarda Cianciulli
Leonarda Cianciulli nasceu em 1894 na cidade de Montella, no sul da Itália. Sua juventude foi marcada por tragédias, incluindo duas tentativas de suicídio. Em 1917, casou-se com Raffaele Pansardi, um funcionário de cartório, contra a vontade de sua mãe, que desejava que ela se casasse com outro homem. Leonarda acreditava que sua mãe havia lançado uma maldição sobre ela devido a essa escolha.
Desafios e Tragédias Pessoais
Na vida adulta, Leonarda enfrentou várias dificuldades, incluindo uma sentença de prisão por fraude e a perda de sua casa durante o terremoto de Irpinia em 1930. Apesar desses desafios, ela conseguiu se estabelecer em Correggio, onde abriu uma pequena loja e se tornou uma figura respeitada na comunidade. No entanto, sua vida familiar foi marcada por tragédias, pois dos 17 filhos que teve, perdeu 13, incluindo três por aborto espontâneo e 10 que morreram ainda jovens. Esse histórico trágico alimentou sua paranoia e superproteção em relação aos quatro filhos sobreviventes, especialmente Giuseppe.
O Início dos Assassinatos
Aos 45 anos, em 1939, Leonarda Cianciulli começou sua série de assassinatos com o objetivo de proteger Giuseppe da guerra. Convencida de que precisava fazer sacrifícios humanos para garantir a segurança de seu filho, ela matou três mulheres de sua vizinhança. Suas vítimas eram mulheres de meia-idade que buscavam ajuda em suas vidas pessoais.
Os Crimes Macabros
A primeira vítima, Faustina Setti, era uma solteirona que procurava um marido. Leonarda a convenceu a escrever cartas a familiares informando que havia encontrado um pretendente, e em seguida, a matou com um machado, transformando seu corpo em sabão e biscoitos. A segunda vítima, Francesca Soavi, foi morta de maneira similar após Leonarda prometer-lhe um emprego em uma escola. A última vítima, Virginia Cacioppo, uma ex-cantora de ópera, teve seu corpo derretido para fazer sabão que Leonarda distribuía entre amigos e vizinhos.
A Descoberta e o Julgamento
Os crimes de Leonarda começaram a ser desvendados quando a cunhada de Virginia Cacioppo, desconfiada de seu desaparecimento repentino, denunciou o caso à polícia. As autoridades iniciaram uma investigação que rapidamente levou à prisão de Leonarda. Inicialmente, ela não confessou os assassinatos, mas quando percebeu que seu filho Giuseppe também estava sob suspeita, confessou todos os detalhes para inocentá-lo.
Condenação e Legado
Leonarda Cianciulli foi julgada em 1946 e, durante o julgamento, demonstrou nenhum arrependimento, chegando a corrigir o promotor em alguns detalhes de seu depoimento. Ela foi condenada a 30 anos de prisão e 3 anos em um hospital psiquiátrico criminal. Leonarda morreu em 1970 devido a uma hemorragia cerebral. O caso de Leonarda Cianciulli chocou a Itália e, até hoje, artefatos relacionados aos seus crimes, como o pote em que derretia suas vítimas, estão expostos no Museu Criminológico de Roma. Sua história também inspirou peças teatrais, como "Amor e Magia na Cozinha da Mamãe", que estreou na Broadway em 1983.
Conclusão
Leonarda Cianciulli, a serial killer que transformava vítimas em sabão, deixou uma marca indelével na história criminal da Itália. Seus crimes, motivados por uma obsessão pela proteção de seu filho, revelam uma mente perturbada e uma vida marcada por tragédias pessoais. A história de Leonarda continua a fascinar e horrorizar, servindo como um lembrete sombrio dos extremos a que a mente humana pode chegar.