Mudança de Robert Christian Hansen para o Alasca
Em 1967, Hansen se mudou para Anchorage, no Alasca, onde
parecia se estabelecer como um cidadão respeitável. Ele abriu uma padaria,
casou-se novamente e teve dois filhos. No entanto, por trás dessa fachada de
normalidade, escondia-se um predador calculista e frio. Hansen desenvolveu um
modus operandi que aterrorizaria a comunidade por mais de uma década.
As primeiras vítimas
Entre 1971 e 1983, Hansen sequestrou, estuprou e assassinou
pelo menos 17 mulheres. Ele escolhia suas vítimas cuidadosamente, geralmente
mulheres vulneráveis, como prostitutas ou dançarinas de clubes noturnos, que
ele considerava "indesejáveis" e "fáceis de manipular". Com
um sorriso encantador e promessas de uma vida melhor, Hansen, como um
verdadeiro predador, atraía mulheres vulneráveis, explorando suas necessidades
e desesperos. Ele as convidava para passeios em seu avião, prometendo paisagens
deslumbrantes do Alasca. No entanto, ao invés de um paraíso, essas mulheres
eram levadas para um pesadelo, onde eram brutalmente atacadas e, em seguida,
abandonadas em áreas remotas da floresta, à mercê dos elementos e da fúria de
seu algoz.
A caçada
Uma das características mais perturbadoras dos crimes de
Hansen era a maneira como ele "caçava" suas vítimas. Após
violentá-las, ele as levava em seu avião particular para áreas remotas do
Alasca, onde as soltava na floresta, dando-lhes uma breve chance de fuga antes
de persegui-las como animais. Armado com um rifle e uma faca, Hansen satisfazia
seu desejo doentio de poder e controle, matando-as com frieza. Esse
comportamento, reminiscente de um predador no reino animal, lhe valeu o apelido
de "O Caçador".
A polícia começou a perceber um padrão nos desaparecimentos
de mulheres, mas a falta de evidências concretas e o perfil aparentemente
inofensivo de Hansen dificultaram a investigação. Ele não tinha antecedentes
criminais significativos que pudessem levantar suspeitas imediatas, e sua vida
dupla de cidadão exemplar e assassino em série parecia impenetrável. No
entanto, em junho de 1983, a sorte de Hansen começou a mudar.
Vítima consegue fugir
Cindy Paulson, uma jovem de 17 anos, escapou de Hansen após
ter sido sequestrada e brutalmente estuprada. Ela foi encontrada correndo,
ainda algemada, pela rua, e levou a polícia até o local onde Hansen a havia
mantido em cativeiro. Embora a princípio as autoridades tenham duvidado de seu
testemunho, a descrição precisa que Paulson forneceu do cativeiro, combinada
com sua coragem ao identificar Hansen, finalmente desencadeou uma investigação
mais profunda.
A polícia obteve um mandado de busca e, ao revistar a casa
de Hansen, encontrou provas irrefutáveis de seus crimes, incluindo joias
pertencentes às vítimas e um mapa detalhado do Alasca com marcas indicando os
locais onde ele enterrava os corpos. Além disso, balas de rifle encontradas nos
corpos das vítimas correspondiam às armas de Hansen. Confrontado com as
evidências, ele acabou confessando seus crimes, admitindo ter assassinado pelo
menos 17 mulheres, embora se acredite que o número real de vítimas possa ser
maior.
A condenação
Em fevereiro de 1984, Robert Hansen foi condenado a 461 anos
de prisão sem possibilidade de liberdade condicional. Ele cumpriu sua pena na
Penitenciária Estadual de Spring Creek, onde morreu em 21 de agosto de 2014,
aos 75 anos.