Marcelo Costa de Andrade, mais conhecido como o Vampiro de
Niterói, é um dos casos mais perturbadores da criminologia brasileira. Nascido
em 1967, Marcelo cresceu em um ambiente marcado pela pobreza extrema,
negligência e abusos. Sua infância foi um reflexo das duras realidades
enfrentadas por muitas crianças nas favelas do Rio de Janeiro. Desde cedo,
Marcelo demonstrava sinais de distúrbios psicológicos, mas a falta de suporte
familiar e institucional fez com que essas questões fossem ignoradas.
A infância de Marcelo Costa de Andrade o Vampiro de Niterói
Aos 10 anos, Marcelo fugiu de casa e passou a viver nas
ruas, onde se envolveu com pequenos crimes e prostituição. Foi nesse período
que ele começou a desenvolver comportamentos cada vez mais violentos, um
prelúdio do que se tornaria uma das figuras mais aterrorizantes da história
criminal do Brasil. A vida nas ruas, permeada pela violência e pela constante
luta pela sobrevivência, contribuiu para moldar sua mente perturbada.
Atenção das autoridades
Os crimes de Marcelo Costa de Andrade começaram a chamar a
atenção das autoridades entre 1991 e 1993. Durante este período, ele foi
responsável por uma série de assassinatos brutais que chocaram a população de
Niterói. Marcelo atraía suas vítimas, geralmente meninos de rua, com promessas
de dinheiro e brinquedos. Depois de ganhar a confiança das crianças, ele as
levava para locais isolados, onde cometia seus crimes.
O que tornava Marcelo ainda mais assustador era seu ritual
macabro após os assassinatos. Ele acreditava que, ao beber o sangue de suas
vítimas, garantiria a salvação delas e, ao mesmo tempo, absorveria sua
vitalidade. Essa crença distorcida o levou a ser conhecido como o "Vampiro
de Niterói". Durante os interrogatórios, Marcelo revelou sua profunda
convicção de que estava realizando um ato de misericórdia ao matar as crianças,
assegurando-lhes um lugar no céu.
A captura
A captura de Marcelo ocorreu em dezembro de 1993, após uma
investigação meticulosa das autoridades, que já estavam perplexas com a série
de desaparecimentos e assassinatos de crianças na região. Sua prisão trouxe à
tona detalhes perturbadores de sua vida e da maneira como ele via suas ações.
Marcelo não demonstrava remorso, e sua frieza durante os depoimentos deixou
claro que ele não compreendia a gravidade de seus crimes.
O julgamento
O julgamento de Marcelo Costa de Andrade foi um dos mais acompanhados
pela mídia na época. Durante o processo, psiquiatras forenses diagnosticaram
Marcelo com transtornos mentais graves, incluindo psicopatia, o que o tornava
incapaz de sentir empatia ou remorso. Ele foi considerado inimputável, ou seja,
incapaz de responder por seus atos devido à sua condição mental. Em vez de ser
condenado a uma prisão comum, Marcelo foi sentenciado a uma instituição
psiquiátrica de segurança máxima, onde permanece até hoje.
A história de Marcelo Andrade levanta questões profundas
sobre a saúde mental, a negligência social e a violência. Seu caso é um exemplo
extremo de como a falta de apoio e tratamento adequado para transtornos mentais
pode resultar em tragédias inimagináveis. Além disso, ressalta a importância de
políticas públicas eficazes para proteger as crianças mais vulneráveis, que
frequentemente se tornam alvos fáceis para predadores como Marcelo.
Mesmo após décadas, o caso do Vampiro de Niterói ainda
assombra a memória coletiva do Brasil, sendo um lembrete sombrio dos perigos
que podem surgir da combinação de distúrbios mentais não tratados, pobreza e
abandono. É um caso que continua a ser estudado por criminologistas, psicólogos
e profissionais da justiça, em busca de respostas que possam evitar que
tragédias semelhantes ocorram no futuro.